Pesquisar

domingo, 30 de setembro de 2012

POLÍTICA: O que é isso?

Você sabia que quem não se interessa por política, acaba sendo governado por aqueles que se interessam? É isso mesmo. As decisões do governo de um país dizem respeito diretamente a todos aqueles que vivem ali. Delas dependem, por exemplo, o preço das coisas, a qualidade das escolas, dos hospitais e dos medicamentos, e até a possibilidade de acessar livremente a Internet - o que os chineses estão proibidos de fazer pelo governo comunista de Pequim.

Levando em consideração o fato de a política interferir na vida de todos nós, é fácil concluir que não é conveniente para ninguém ser completamente ignorante em matéria de política. Para compreender bem a questão, entretanto, é necessário recorrer aos estudos históricos, pois as atividades políticas são tão antigas quanto a própria humanidade.

Um pouco de filosofia

A palavra política deriva do grego "politikós", adjetivo que significa tudo o que se refere à cidade (em grego, "pólis"). Mas o conceito de "pólis" é mais abrangente do que o nosso conceito de município. Na Grécia antiga, entre os séculos 8 e 6 a.C, surgiram as "pólis", que eram, ao mesmo tempo, a cidade e o território agropastoril em seus arredores, que formavam uma unidade administrativa autônoma e independente: uma cidade-Estado, quase como um país nos dias de hoje. Atenas e Esparta são as cidades-Estado mais famosas da Antiguidade grega.

De qualquer modo, inicialmente, a expressão política referia-se a tudo que é urbano, civil, público. O significado do termo, porém, expandiu-se graças à influência de uma obra do filósofo Aristóteles (384-322 a.C), intitulada Política. Nela, o filósofo desenvolveu o primeiro tratado sobre a natureza, funções e divisão do Estado - ou seja, o conjunto das instituições que controlam e administram um país - e sobre as várias formas de governo.

Política, então, passou a designar a arte ou ciência do governo, isto é, a reflexão sobre essas questões, seja para descrevê-las com objetividade, seja para estabelecer as normas que devem orientá-la. Durante séculos, o termo passou a ser usado para designar obras dedicadas ao estudo das atividades humanas que de algum modo se refere ao Estado. Entretanto, nos dias de hoje, ele perdeu seu significado original, que foi gradativamente substituído por outras expressões, como "ciência política", "filosofia política", "ciência do Estado", "teoria do Estado", etc. Política passou a designar mais as atividades, as práticas relacionadas ao exercício do poder de Estado.

Política e poder

Entendido como forma de atividade ou de prática humana, o conceito de política, está estreitamente ligado ao conceito de poder. O filósofo britânico Bertrand Russell (1872-1970) define o poder como "o conjunto dos meios que permitem alcançar os efeitos desejados". Um desses meios é o domínio do ser humano sobre a natureza. Outro é o domínio de alguns homens sobre outros homens.

Neste último sentido, podemos ampliar o conceito de poder definindo-o como uma relação entre dois sujeitos, dos quais um impõe a sua própria vontade ao outro, determina-lhe a maneira de se comportar. O domínio sobre os homens, contudo, não é geralmente um fim em si mesmo. De acordo com Russell, trata-se de um meio para obter "alguma vantagem".

Está claro que o poder político pertence à categoria do poder do homem sobre o outro homem (e não sobre a natureza). Essa relação de poder pode ser expressa de mil maneiras, como a relação entre governantes e governados, entre soberanos e súditos, entre Estado e cidadãos, etc. Porém, é importante ressaltar que há várias formas de poder do homem sobre o homem e que o poder político é apenas uma delas.

Dinheiro, ciência e armas

É possível distinguir três grandes tipos de poder do homem sobre o homem. Para começar, há o poder econômico, exercido quando alguém se vale da posse de certos bens para levar aqueles que não os possuem a um certo tipo de comportamento, que, em geral, é a realização de algum tipo de trabalho. Evidentemente, esse é o poder que o patrão exerce sobre os seus empregados.

Mas há também o poder ideológico, o poder das ideias, do saber, do conhecimento, que permite o domínio sobre a natureza. Esse poder tem sido exercido pelos "sábios" ao longo da história. Nas sociedades primitivas, eram os sacerdotes. Nas sociedades contemporâneas, são os intelectuais ou cientistas. Pense, por exemplo, no poder que um médico pode exercer sobre o seu paciente, já que dispõe do conhecimento necessário para lhe devolver a saúde.

Finalmente, existe o poder político, que se baseia na posse dos instrumentos mediante os quais se exerce a força física (as armas e toda espécie de potência): é o poder de coação, no sentido mais estrito da palavra. Exemplo: se alguém desobedecer a uma determinada lei, o governo tem poder para ordenar a sua prisão por policiais. Em caso de resistência, os policiais têm até o direito de usar suas armas.

Poder político é o poder supremo

Por se tratar de um poder cujo meio específico é a força, o poder político é o poder supremo, ao qual os demais estão subordinados. Embora o uso da força seja o elemento que distingue o poder político dos demais, esse uso é uma condição necessária, mas não suficiente, para tornar a sua existência legítima. Não é qualquer grupo social em condições de usar a força - como os narcotraficantes, por exemplo - que exerce o poder político.

O poder político conta com a concordância de toda a sociedade para usar a força, para ter o seu monopólio, inclusive com o direito de incriminar e punir todos os atos de violência que não sejam executados por pessoas autorizadas.

Isso se torna mais claro quando se pensa na execução de alguém que cometeu um assassinato, nos países onde há pena de morte. Nesses lugares, o Estado tem o direito de tirar a vida de um cidadão para puni-lo por seu crime - embora esse direito seja cada vez mais questionado pela sociedade e pelos cientistas jurídicos.

Limites do poder político

Além da exclusividade do uso da força, ainda podem ser apontadas como características do poder político: a universalidade, ou seja, a capacidade de tomar decisões que valham para toda a coletividade, no que se refere à distribuição e destinação dos recursos (naturais, humanos e econômicos) no seu território; e a inclusividade, isto é, a possibilidade de intervir em todas as esferas de atividade do grupo e de encaminhar essa atividade ao fim desejado, por meio das leis, ou seja, as normas ou regras destinadas a todo o grupo.

Isso não quer dizer, todavia, que o poder político não tenha limites, mas estes variam de acordo com o tipo de Estado. O Estado socialista, por exemplo, estende seu poder à esfera econômica e planeja como a economia deve caminhar. Já o Estado liberal clássico (capitalista) não aceita a intervenção nessa área, deixando que a economia seja regulada por suas próprias necessidades e características peculiares.

No Estado totalitário, como as ditaduras, o poder político se intromete em qualquer campo da atividade humana. Entre 1922 e 1943, na Itália, a ditadura fascista de Benito Mussolini chegava a dar prêmios a casais que tivessem muitos filhos, pois estavam gerando cidadãos para servir ao Estado.

Objetivo da política

Por fim, é conveniente lembrar que até agora tratou-se dos meios da política. Mas ela também tem um objetivo, uma meta, uma finalidade. Uma finalidade mínima e básica, que é comum a toda e qualquer atividade política: a ordem pública nas relações internas do país e a defesa da integridade nacional nas relações exteriores, de um Estado com os outros Estados.

Esta é a finalidade mínima porque é a condição essencial para a obtenção de todos os demais fins (desenvolvimento econômico, segurança e saúde, educação, etc.) que, generalizando, devem garantir o bem-estar do povo. Até mesmo o partido que subverte a ordem não faz isso como um objetivo final, mas como fator necessário à mudança da ordem existente e a criação de uma nova ordem.
 
Fonte: UOL Educação

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Os preços abusivos de veículos no Brasil.


Revista Forbes ironiza preço dos carros no Brasil. Um texto publicado na versão online da revista americana Forbes ironiza o alto preço pago pelos brasileiros em veículos da Chrysler, como Jeep e Dodge.
Segundo a publicação, um modelo Jeep Grand Cherokee vendido no Brasil por cerca de US$ 80 mil poderia ser vendido banhado a ouro, porém, no País este é o preço do modelo básico.
Outra crítica do jornalista Keneth Rapoza é ao elevado preço do Dodge Durango, que será apresentado no Brasil em outubro durante o Salão do Automóvel de São Paulo. Segundo Rapoza, o modelo será vendido no Brasil por R$ 190 mil, valor que daria para comprar três modelos do carro em Miami.
 
Status
De acordo com Rapoza, o consumidor brasileiro é ingênuo pois compra determinadas marcas em busca de status. Além disso, culpa as tributações e valores inflados pelos preços altos.
O texto afirma que o brasileiro confunde preço alto com produto de qualidade. Para Rapoza, o brasileiro gasta demais em um produto achando que ele lhe trará status.
O jornalista ainda enfatiza que não há status em comprar um Toyota Corolla, Honda Civic, Jeep Cherokee ou Dodge Durango. Segundo ele, um professor de escola primária do Bronx pode comprar facilmente um Grand Cherokee pouco rodado.
Para Rapoza, o consumidor brasileiro atribui um valor aos carros da Chrysler, que deveria ser dado aos automóveis da Audi, BMW e Mercedes-Benz. 
  

Chapada Diamantina: Quem te conhece, não te esquece.



A Chapada Diamantina é uma região de serras, situada no centro do Estado brasileiro da Bahia, onde nascem quase todos os rios das bacias do Paraguaçu, do Jacuípe e do Rio de Contas. Essas correntes de águas brotam nos cumes e deslizam pelo relevo em belos regatos, despencam em borbulhantes cachoeiras e formam transparentes piscinas naturais. Apresenta-se em geral como um altiplano extenso, com altitude média entre 800 e 1.200m acima do nível do mar. As serras que compõem a Chapada Diamantina abrangem uma área aproximada de 38.000 km².
A Chapada Diamantina nem sempre foi uma imponente cadeia de serras. Há cerca de um bilhão e setecentos milhões de anos, iniciou-se a formação da bacia sedimentar do Espinhaço, a partir de uma série de extensas depressões que foram preenchidas com materiais expelidos de vulcões, areias sopradas pelo vento e cascalhos caídos de suas bordas. Sobre essas depressões depositaram-se sedimentos em uma região em forma de bacia, sob a influencia de rios, ventos e mares. Posteriormente, aconteceu um fenômeno chamado soerguimento, que elevou as camadas de sedimentos acima do nível do mar, pressionada pela força epirogenética, tendo aos pouco um sofrível erguimento ao longo de milhões de anos. As inúmeras camadas de arenitos, conglomerados, e calcários, hoje expostas na Chapada Diamantina, representam os depósitos sedimentares primitivos; a paisagem atual é o produto das atividades daqueles agentes ao longo do tempo geológico. Nas ruas e calçadas das cidades da Chapada, lajes de superfícies onduladas revelam a ação dos ventos e das águas que passavam sobre areais antigos. Caminhar respirando o ar puro e admirando a paisagem é a principal opção dos turistas de todas as partes que visitam a Chapada. Os lugares verdejantes guardam sempre uma surpresa com águas cristalinas ou areias coloridas, belos morros, flores e hortaliças que encantam pela beleza.
Localizado no km 231 da BR 242, o Morro do Pai Inácio é um dos principais cartões postais da Chapada Diamantina.
Envolto em histórias das épocas do coronelismo e das lavras diamantinas, é um dos pontos de observação mais visitados da região e abriga uma famosa lenda que deu origem ao seu nome.
Conta-se que o escravo Inácio, experiente conhecedor da região, levou a Sinhá que insistira muito em conhecer as redondezas para um passeio. Acabaram se apaixonando. Um dia foram vistos e o Coronel, furioso ao saber, ofereceu alforria a quem o entregasse. Inácio refugiou-se no morro. Mais uma vez foi visto e delatado. O Coronel acompanhado de vários escravos que lhe mostraram o caminho subiu o morro e disse para ele se entregar. Então Inácio falou: “Se é para morrer pelas mãos dos meus irmãos, prefiro morrer pela natureza”. Em seguida abriu uma sombrinha e pulou, mas jogou a sombrinha e se escondeu numa pedra. Enquanto todos acreditavam que ele morrera, Inácio sequestrou a Sinhá e os dois sumiram juntos. Ouvir essa história contada pelos Guias com uma dose de emoção e surpresa vale muito a pena.
O Morro do Pai Inácio tem 1.150 m de altitude e de lá de cima tem-se uma vista incrível com paisagens encantadoras para cada lado que se olha. A Serra do Sincorá, o Morrão, o Morro do Camelo e ao entardecer uma visão belíssima do pôr-do-sol.
Uma trilha de pouco mais de 500 m, por cerca de 20 a 30 minutos, leva ao topo do morro. A subida é tranquila, com alguns pequenos obstáculos no caminho, perfeitamente superáveis. A flora, as vegetações de Cerrado, as formas das pedras, vão tornando o curto caminho, mais belo.
Além da vista belíssima, o Pai Inácio também proporciona uma visita ao Orquidário localizado aos pés do morro. Lá são cultivadas centenas de espécies de orquídeas endêmicas (que só são encontradas naquele local), além de várias outras espécies exóticas.
 
 

 
Vídeo da minha subida ao Morro do Pai Inácio
 
 
 
  Esse foi o resultado da subida e descida do Morro do Pai Inácio. Rsrs...
 
 
 
 






Os efeitos da altitude - RELEVO

Ficheiro:Santiago en invierno.jpg
 
Os principais males físicos que uma escalada em grandes altitudes pode causar estão relacionadas ao frio, à oxigenação e à diferença de pressão entre o corpo e o ar ambiente.
 
Frio
As temperaturas extremamente baixas podem levar o corpo humano à hipotermia, a perda de calor corpóreo que determina a queda da temperatura do corpo e compromete o metabolismo. A grosso modo, a hipotermia é deflagrada quando a temperatura corporal vai abaixo dos 35º C. A cada grau centígrado de calor perdido pelo corpo, o fluxo cerebral diminui em 6%, de modo que, aos 32º C, já começam a aparecer sinais de confusão mental e dificuldade de raciocínio.
Aos 30º C, os reflexos mostram-se comprometidos e a pessoa adquire um aspecto sombrio: pupilas fixas e movimentos desordenados. A partir dos 26º C há risco de vida, com ocorrência de arritmias e possibilidade de coma. Se o corpo atingir os 20º C, a morte é praticamente certa. Contudo, esta progressão fatal é perfeitamente controlável e reversível. Ao sentir sintomas da hipotermia, a pessoa deve buscar formas de aquecer seu corpo, seja transferindo-se para locais mais quentes ou cobrindo-se com roupas.
Além disso, o frio extremo costuma causar a necrose de partes do corpo expostas a baixas temperatura por longo período. Neste caso, o mal é irreversível.

Respiração e pressão
O grande problema das grandes escaladas está relacionado à respiração. Trata-se do que os alpinistas chamam de "Mal das Montanhas". Ele pode se manifestar de diferentes formas e em diferentes graus, variando de acordo com as características de cada organismo, mas o fato é que está sempre relacionado à falta de oxigênio.
Na verdade, o ar na montanha não tem menos oxigênio do que o ar ao nível do mar. O problema está na captação deste oxigênio. "Seja a 8000 m ou em Ilhéus, a porcentagem de oxigênio no ar é a mesma, cerca de 30%. Contudo, a pressão parcial do ar atmosférico diminui com a altitude", explica o médico Ricardo Yoshio, do Centro de Medicina da Atividade Física e do Esporte (Cemafe) da Unifesp. Para se adaptar a essa baixa pressão atmosférica o corpo de auto-regula, aumentando a freqüência respiratória. Portanto, à medida que se sobe a montanha, a captação de oxigênio para os tecidos torna-se mais difícil, e ocorrem sintomas como dores de cabeça, náuseas, lentidão de raciocínio, dores musculares, fadiga e taquicardia.
Por mera adaptação física, a pressão dos gases dentro do corpo (seja no sangue, entre as articulações ou nos pulmões) aumenta. Desta diferença de pressão decorrem os problemas mais sérios do alpinismo, em geral em altitudes superiores a 4000 m. A alta pressão do ar no corpo pode causar edemas cerebrais, pulmonares ou oculares. Esses problemas se intensificam se a escalada acontecer muito rápido, dificultando a adaptação do corpo à diferença de pressão.
Por esta razão, é fundamental realizar a "aclimatação", ou seja, dar tempo para o corpo se adaptar às diferentes condições do ambiente. Em geral, quando se passa dos 2800 m, este processo de adaptação já se mostra necessário. Após 24 horas em um local mais alto, o corpo começa a sentir o efeito da mudança de altitude. Após 2 semanas neste novo ambiente, o organismo "aclimata-se", controlando os efeitos da transferência. "É por isso que nos jogos de futebol em La Paz ou em outras cidades de grandes altitudes, por exemplo, os jogadores chegam horas antes do jogo. Assim, o efeito da altitude só é sentido após a partida", define o professor Luciano Capelli, da Unifesp.
 
 
 
 

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

África: Os diamantes de sangue.

Os diamantes são originários de áreas controladas por forças ou facões de oposição aos governos legítimos e reconhecidos, e são utilizados para financiar a ação militar em oposição aos governos - Tornar-se qualquer caso de 10-15% do consumo mundial de multibilliões de  US dólar NO sector diamantífero.  Enquanto que alguns do dinheiro proveniente de tráfico de diamantes é utilizado para sustentar as operações (intervenções armadas. Insurreições, operações terroristas), um montante substancial dos lucros são encaminhados para as contas bancárias dos criminosos transnacionais, para corromper funcionários do governo, forças rebeldes e uma série de outros atores.
A África tem pagado um preço muito alto para as guerras sobre diamantes e o crime e   ganância que os sustentam. Milhões de africanos morreram de conflitos relacionados com diamantes e  existem milhões de deslocados.  Mas o comércio sujo estende - se muito para além da costa de África.  Existe uma forte evidência de que al-Qaeda e do Hezbollah   obtiveram milhões de dólares em diamantes ilegais através de conexões libanêsas na Serra Leoa e da DRC. Os diamantes são uma mercadoria ideal para grupos terroristas, pois é fácil de trocá-los por dinheiro, e são difíceis de detectar por organizações responsáveis pela aplicação da lei.
Exploração de outros recursos naturais como o ouro, urânio, cobre, cobalto, bauxita, e madeira é outro crime transnacional que tem perpetuado conflito Africano em vários estados, principalmente da RDC. Fundos provenientes destes recursos naturais enchem os bolsos dos gananciosos e financiam os atos terroristas e de guerras de facões armadas. Poucos na RDC são deixados intocados pelas hostilidades e danos ao meio ambiente.
Em África   as guerras sangrentas para aquisição  de diamantes e outros recursos naturais pode não parecem ter grande relevância para os militares E.U. e de segurança nacional. De fato, o oposto é verdadeiro. O crime transnacional, a violência e os conflitos em África ameaçam a estabilidade em todo o continente e acabará por ter conseqüências econômicas ou militares para o mundo em geral. Em África do aspeto político e econômico as mazelas sociais são enormes e o crime transnacional  torna -as piores. Durante uma visita a quatro países da África Ocidental, o Primeiro-Ministro Britânico enfatizou a necessidade de países desenvolvidos  investirem na segurança e prosperidade econômica das democracias em África. O ilícito de drogas, terrorismo, extremismo a emanar de "Estados falhados, ditaduras, trazem o conflito e caos nas zonas ricas em minerais e diamantes da África são um ímã para predadores, terroristas, e outros transnacionais de criminosos. A intervenção dos E.U. para acabar com o Terrorismo contra cidadãos e interesses em África poderá ser  na mesma forma  do Afeganistão. Da mesma forma que os grupos terroristas encontram porto seguro na Somália e no Sudão, esses mesmos grupos podem migrar para outros estados do continente Africano.   
Rebeldes da Serra Leoa, combatentes da Libéria, e os mercenários de Burkina Faso lançaram ataques em Serra Leoa para derrubar o governmeno. O grupo rebelde, conhecido como a Frente Unida Revolucionária (RUF), iniciou uma campanha de morte e destruição contra civis inocentes. Centenas de milhares de refugiados fugiram para países vizinhos e milhares de crianças foram raptadas e obrigadas a servir como soldados. A RUF provocou torturas, massacres, mutilações e outras atrocidades como um meio de minar a confiança no governo . Dentro de um ano, a RUF tinha tomado o controlo das principais minas de diamantes na  parte sudeste do país. Como tantas insurreições, o conflito em Serra Leoa foi proclamado como uma revolta para trazer um fim a um regime corrupto. O movimento evoluiu para uma auto-sustentação criminosa. Líderes da RUF enriqueceram-se e trocar diamantes por armas e equipamento durante a guerra civil.
 
Até Março de 1995, a RUF forças capturou a maior parte das minas no país, mas o exército de Serra Leoa foi capaz de parar mais avanços e manter a capital com a assistência de paz da Nigéria e Ghana. A RUF assinou um acordo de paz com o governo em novembro de 1996. Militares dissidentes derrubaram o governo em 1997 e formaram uma aliança com o RUF. Nigéria, Costa do Marfim, Guiné, Gana e - os membros da Comunidade Econômica dos Estados Africano Ocidental (CEDEAO) – deram abertura diplomática para o fim do conflito. A Organização das Nações Unidas apoiou a abordagem não-violenta e transferências de armas proibidas para a Serra Leoa.
Impaciente com o ritmo das negociações, a Nigéria levou um bom contragolpe, em Fevereiro de 1998 e do Conselho de Segurança da ONU estabeleceu a Missão de Observadores das Nações Unidas na Serra Leoa (UNAMSIL). No ano seguinte, a Frente Unida Revolucionária de Lomé e de Governo assinaram acordo de paz. No entanto, a RUF rapidamente violou os vários termos do acordo. O grupo rebelde armado manteve e continuou a sua luta pelo controlo dos diamantes. Até os primeiros meses de 2000, violentos confrontos com as tropas governamentais e atrocidades contra civis estavam em ascensão. Além disso, a Frente Unida Revolucionária capturou como reféns várias centenas de capacetes azuis. Em Maio de 2000, a Grã-Bretanha destacou unidades militares para a Serra Leoa para restabelecer a ordem em Freetown e evacuar os seus cidadãos e outros estrangeiros. Embora a segurança dos cidadãos britânicos e estrangeiros tenham sido a principal razão para a intervenção militar, da Grã-Bretanha, os laços históricos com a ex-colônia  ajudou a estabilizar o país e deu início a um programa de treinamento para policiais e forças militares indígenas. Os E.U. apoiaram a manutenção da paz da ONU com esforços através do envio de equipamento militar e equipas de Forças Especiais e formadores para a Nigéria e Gana. Esta iniciativa,  Operação Socorro,  reforçou a capacidade da Nigéria e Gana paz para proporcionar segurança, desarmar forças rebeldes, e facilitar o repatriamento de refugiados.
Em Setembro de 2001, os rebeldes concordaram em um cessar-fogo, mas com uma paz duradoura  longe. A liderança do governo nacional mudou cinco vezes nos últimos 11 anos. Tal como nos Bálcãs, a paz trouxe um fim ao conflito violento, mas uma paz de longo prazo baseado no Estado de direito, está muito distante.
Os recentes conflitos políticos e étnicos na República Democrática do Congo remontam a 1994, quando combates no vizinho Ruanda e Burundi forçou várias centenas de milhares de refugiados no Zaire. A nova demografia do leste do Congo contribuiu para a contenda étnica. Uma guerra civil eclodiu em 1996.Em menos de um ano, o movimento rebelde apoiado por Angola, Ruanda, Uganda e derrubou o governo no poder e realinhou a distribuição dos recursos naturais na o país Depois dos exércitos estrangeiros estabelecerem uma posição firme na DRE, que se aproveitou da fraqueza governo congolês e consolidou seu controle sobre os depósitos minerais e outros recursos.
Em Agosto de 1998, - militantes Congolesa apoiados pelo Ruanda e Uganda mergulharam o país noutra guerra civil. Angola, Namíbia, Zimbábue, Chade, Sudão e responderam à crise fornecendo tropas e de ajuda à RDC. Para complicar ainda mais o conflito, foi a presença de rebeldes do Ruanda, Uganda e Burundi. Estes grupos, que operam a partir de bases no Leste do Congo, freqüentemente atacam civis e as forças governamentais em seus respectivos países. Um relatório da Human Rights Watch concluiu que rebeldes e forças governamentais são os responsáveis pelos milhares de civis mortos, violentadas, torturados, raptados.
O Presidente da Zâmbia tentou pôr fim à carnificina em 1999, quando ele convidou os principais combatentes na guerra para uma conferência de paz de Lusaka, Zâmbia. O Acordo de Lusaka   apelou para um cessar-fogo imediato, a retirada das tropas estrangeiras, exceto paz e uma força de paz da ONU sobre 5.500 tropas. Ruanda e Uganda permaneceram em partes da República Democrática do Congo para proteger as suas populações a partir de ataques guerrilheiros, mas igual, e talvez mais importante motivação para a sua ocupação era para controlar os minerais, agricultura e madeira no país.  
Um relatório publicado pela ONU, em Abril de 2001, registrou que a RDC foi "vítima de massacres em escala e da pilhagem sistemática e sistêmica exploração dos recursos naturais." O relatório diz que os comandantes militares de vários países, por diferentes razões,   continuaram a necessitar deste conflito pela sua natureza lucrativa e temporariamente para resolver alguns problemas internos nesses países, bem como permitir o acesso à riqueza. Eles perceberam que a guerra tem a capacidade para sustentar a si mesmo, e por isso foram criadas e protegidas as redes criminosas que são susceptíveis de se assumir plenamente em  todas as tropas estrangeiras decidam a deixar a República Democrática do Congo.  
Em fevereiro de 2002, os combatentes armados não tenham cumprido todas as disposições descritas no Acordo de Lusaca. Uganda e Ruanda ainda ocupam leste do Congo e violentos confrontos entre diferentes grupos armados têm aumentado nos últimos meses. Menos de 4.000 capacetes azuis estão no terreno e milhares são necessários mais. Com tantos elementos criminosos e corruptos, os saques   proveito dos recursos naturais da República Democrática do Congo, o incentivo econômico para manter conflito e caos é maior do que o desejo de estabelecer o Estado de direito e manter a paz. A violência e a anarquia na República Democrática do Congo continua a ameaçar a estabilidade de pelo menos dez países que partilham uma fronteira comum com o gigante nação.  



As guerras civis na África - RUANDA

Um dos desdobramentos mais trágicos das lutas desencadeadas a partir do processo de independência são as guerras civis. Tata-se da conseqüência mais visível e sangrenta da criação das fronteiras artificiais responsáveis pela divisão política do continente africano. Conflitos ancestrais tornaram-se guerras que desencadearam elevado índice de mortes, muitas vezes acompanhadas de golpes de Estado e instauração de ditaduras corruptas, interessadas em assegurar privilégios de minorias.
  • Ruanda e Burundi - Um dos maiores exemplos dessa luta mortal entre tribos é a que envolve hútus e tútsis nos territóros hoje divididos em Ruanda e Burundi. Originalmente denominada Ruanda-Burundi, até a Primeira Guerra Mundial essa região pertencia à África Oriental Alemã. Em 1919, após a derrota dos alemães na guerra, os belgas assumiram o controle do território em questão.
Os conflitos na região, porém, remontam aos séculos XII e XV, quando chegaram ao local grupos de hútus e tútsis, qu conviveram ali durante muito tempo. Os Tútsis criavam gado, os hútus eram agricultores.
Sob o domínio belga, os tútsis, que correspondiam a cerca de 15% da população, foram escolhidos pelo poder colonial para "governar" o país. A maioria hútu (cerca de 85%) ficou excluída do processo social e econômico. Como não poderia deixar de ser, os hútus passaram a defender um governo que representasse os seus interesses. Em 1959, os agricultores hútus rebelaram-se contra a monarquia tútsi apoiada pelos belgas e abriram caminho para separar Ruanda e Burundi. Em 1961, sob a liderança hútu, Ruanda ganharia status de República, e, no ano seguinte, a Bélgica reconheceria sua independência. Perseguidos, os tútsis procuraram abrigo nos países vizinhos. Por sua vez, Burundi também se tornou independente nesse ano, sob monarquia tútsi.
Entretanto, a paz não foi alcançada. Em 1963, tútsis exilados no Burundi organizaram um exército e voltaram para Ruanda, sendo massacrados pelos hútus. Outros massacres sucederam-se até que, em 1973, um golpe de EStado levou ao poder, em Ruanda, o coronel Juvénal Habyarimana, de etnia hútu. Apesar dos conflitos persistirem, pode-se afirmar que, nas duas décadas seguintes, houve certa trégua.
Em 1993. o governo de Ruanda, lederado pelos hútus, assinou um acordo de paz com aliderança tútsi, pelo qual os refugiados poderiam voltar ao pais e participar do governo. Em abril do ano seguinte, retornando de uma conferência na Tanzânia, os presidentes hútus de Ruanada e de Burundi foram vítimas de um acidente aéreo. A morte desses líderes desencadeou a volta dos massacres.
No Burundi, apesar da condição de minoria étnica, os tútsis detinham o controle do Exército e deram um golpe de Estado em 1996, quando nomearam presidente um major dessa etnia. Além disso, obrigaram grande massa de hútus a viver na condição de refugiados nos chamados "campos de reagrupamento", que reúnem cerca de 10% da população (cerca de 800 mil pessoas), segundo dados da organização não governamental Anistia Internacional. Outros 700 mil refugiados vivem fora das fronteirs do país, mais precisamente em países limítrofes, como Tanzânia e Uganda, criando sérios problemas para os dois governos, que não têm condições de garantir ajuda humanitári a essa população.
Em Ruanda, onde a violência não tem sido menor, calcula-se que 13% da população tenha morrido na guerra desencadeada em 1994 pelos hútus, sendo 90% desse total integrantes da minoria tútsi, segundo dados da ONU.
 
Causas das guerras na África
A partir de 1880, a competição entre as metrópoles pelo domínio dos territórios africanos intensifica-se. A partilha da África tem início, de fato, com a Conferência de Berlim (1884), que institui normas para a ocupação, onde as potências coloniais negociaram a divisão da África, propuseram para não invadirem áreas ocupadas por outras potências. Os únicos países africanos que não foram colônias foram a Etiópia (que apenas foi brevemente invadida pela Itália, durante a Segunda Guerra Mundial) e a Libéria, que tinha sido recentemente formada por escravos libertos dos Estados Unidos da América. No início da I Guerra Mundial, 90% das terras já estavam sob domínio da Europa. A partilha é feita de maneira arbitrária, não respeitando as características étnicas e culturais de cada povo, o que contribui para muitos dos conflitos atuais no continente africano, tribos aliadas foram separadas e tribos inimigas foram unidas. No fim do século XIX, início do XX, muitos países europeus foram até a África em busca das riquezas presentes no continente. Esses países dominaram as regiões de seu interesse e entraram em acordo para dividir o continente. Porém os europeus não cuidaram com a divisão correta das tribos africanas, gerando assim muitas guerras internas.

Conflitos na África agravam a pobreza no continente
Lisboa - A África ainda sofre as consequências dos conflitos da década de 90 que impedem o seu desenvolvimento, segundo um relatório das Nações Unidas, que coloca 30 países africanos entre os 32 menos desenvolvidos do mundo.
De acordo com o relatório 2005 do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), 30 dos 53 países africanos aparecem nas últimas posições a nível de Índice de Desenvolvimento Humano.
"Cerca de 40 por cento dos conflitos mundiais atuais registram-se na África e ainda que o número de conflitos esteja a diminuir, as guerras de hoje prolongam-se mais e, como tal, o seu impacto no desenvolvimento humano é grave", refere o relatório.
O documento estabelece uma relação direta entre os conflitos e a pobreza, dado que "destroem os sistemas alimentares, contribuem para a fome e a má nutrição e minam o progresso na saúde e na educação".
"Nove em cada dez países da cauda do Índice de Desenvolvimento Humano viveram conflitos violentos em algum momento da década de 90", acrescenta o relatório.
Os Estados propensos ao conflito são muitas vezes desesperadamente pobres, mas extremamente ricos em recursos e, neste caso, o relatório aponta o exemplo de Angola.
Com um balanço de um milhão de mortos ou estropiados em mais de três décadas de guerra civil, Angola utilizou "a riqueza das segundas maiores reservas de petróleo de África e das quartas maiores reservas de diamantes do mundo" para alimentar a guerra civil.
Angola aparece na posição 160, entre 177 países, no Índice de Desenvolvimento Humano e a esperança média de vida é de apenas 40 anos.

Objetivos do Milênio - O PNUD considera que "prevenir e resolver conflitos e aproveitar oportunidades para a reconstrução pós-conflito aceleraria visivelmente o progresso para atingir os Objetivos do Milênio" definidos pela ONU, nomeadamente a redução da pobreza para metade até 2015.
Segundo dados das Nações Unidas, a maioria dos países da África subsaariana não conseguirá atingir estes objetivos. O relatório aponta o Sudão como exemplo da relação direta entre o conflito e o baixo Índice de Desenvolvimento Humano.
Após mais de duas décadas de guerra civil entre o norte e o sul, que provocou mais de dois milhões de mortos e quase seis milhões de deslocados, apenas uma em cada cinco crianças sudanesas frequenta a escola, cerca de um terço da população não tem saneamento básico e a taxa de mortalidade materna é das mais elevadas do mundo.
Em Darfur, região oeste do Sudão onde persiste um conflito há dois anos e meio já classificado pela ONU como a pior crise humanitária do mundo, as taxas de má nutrição estão estimadas em 40 por cento e 60 por cento das pessoas não têm acesso a água potável.
De acordo com o relatório do PNUD, os conflitos provocam a "ruptura dos sistemas alimentares, o colapso dos meios de subsistência e a desintegração de serviços básicos, já de si limitados, e cria poderosos efeitos multiplicadores, com as crianças na linha da frente das vítimas".
Dos cerca de três milhões de mortes no mundo desde 1990 relacionados com conflitos violentos, dois milhões são crianças, com a República Democrática do Congo a registrar o número mais elevado.
As consequências da guerra civil de quatro anos neste país, que terminou em 2002, continuam hoje a matar cerca de 31.000 pessoas por mês.
Segundo o documento, os conflitos têm também um impacto negativo na propagação do HIV/Aids, com a África Subsaariana a liderar a nível mundial com cerca de 26 milhões de infectados de um total de 41 milhões.
O conflito violento em países pobres é também um aspecto da insegurança global e, estima o PNUD, "a guerra contra o terror nunca será ganha, a menos que a segurança humana seja alargada e reforçada".
O PNUD considera que a ajuda internacional é essencial para a prevenção de conflitos mas lembra que esta deve ser bem direcionada sob pena de se alimentarem, ainda que não intencionalmente, conflitos internos.
Exemplo desta situação é Ruanda, "onde a assistência ao desenvolvimento beneficiou uma pequena parte da população, com exclusão da maioria, o que contribuiu para alimentar o ressentimento, para a desigualdade e para a violência estrutural".
"Se os doadores tivessem tido mais consciência das consequências dos seus atos e estivessem mais disponíveis para se envolver na prevenção do conflito, o genocídio de 1994", que provocou a morte a cerca de 800.000 pessoas em apenas 100 dias, "poderia ter sido evitado".

Comércio exterior - O relatório refere ainda que África é "cada vez mais marginalizada a nível do mercado mundial", especialmente a África subsaariana que, com uma população de 689 milhões de habitantes representa menos, a nível de exportações, do que Bélgica, com apenas 10 milhões de habitantes.
O PNUD aponta que as políticas comerciais "desequilibradas" levadas a cabo pelos países ricos impedem o crescimento dos países pobres.
"As barreiras comerciais com as quais são confrontados os países em desenvolvimento que exportam para os países ricos são, em média, três vezes mais elevadas do que as que dizem respeito às trocas comerciais entre países ricos", refere o documento.
O relatório mostra que os países pobres representam menos de um terço das importações dos países ricos mas, por outro lado, dois terços das receitas aduaneiras.
A agência da ONU dá como exemplo os subsídios que os países ricos atribuem aos agricultores, que impedem os produtores dos países em desenvolvimento de competirem em pé de igualdade, o que gera perdas anuais de 19,7 bilhões de euros.

Mega Massacre

Em 1994 os presidentes Hutus de Ruanda e de Burundi foram mortos por um míssil que atingiu o avião que viajavam. Apesar da autoria do ataque ser desconhecida, o governo ruandês identificou seu inimigo e lançou uma intensa campanha de acirramento de ódio racial que culminou em 7 de abril com a conclamação da população em dizimar seus rivais etnicos, os tutsis, e os hutus moderados que se opunham ao uso da violência. Cerca de 1 milhão de pessoas foram mortas, a maioria a golpes de facões e clavas desferidos por civis. Há indícios que os principais governos mundiais sabiam da iminência do conflito, mas não tomaram providências.